Vou escrever sobre isso em breve, pois é motivo de polêmica.
É difícil compreender o assunto diante de tantas abordagens.
Tentarei aqui, na condição de humilde professora, fazer um apanhado de teorias gramaticais. Para isso, usarei as referências de grandes autores clássicos, imagens, citações etc..
O problema é que os livros didáticos ainda apresentam um certo tom reticente quanto à classificação das palavras pela tonicidade, acentuação gráfica e divisão silábica após o Novo Acordo Ortográfico.
Um aluno pesquisa a palavra GLÓRIA, por exemplo, em sites de separação de sílabas e o que acontece?
Ele encontra divisões diferentes: o que fazer? GLÓ-RIA ou GLÓ-RI-A?
Foi isso que me levou a escavar o assunto, que em breve estará aqui com bastantes detalhes.
Se ainda é muito confuso, até para os graduandos de Letras; imagine para o alunado...
Ter a percepção fonológica para distinguir as pronúncias entre ditongos orais crescentes postônicos e hiatos e as diferenças de classificação tônica entre Brasil e Portugal não são tarefas simples.
Em breve, continuarei!
Aulas para escolas tradicionais; Aulas particulares; E-learning (ensino a distância) de Língua Portuguesa para Falantes de Inglês; Cursos preparatórios em geral; Aulas de Língua Inglesa Instrumental, Gramática de Língua Inglesa; Apoio escolar em Língua Portuguesa e Inglesa; Revisão e redação de textos publicitários; Confecção de materiais didáticos; Pesquisas gramaticais e linguísticas.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Meu artigo no Congresso Nacional de Linguística (2005) - UERJ
IX Congresso Nacional de Linguística e Filologia
Em homenagem a Said Ali
Rio de Janeiro, 22 a 26 de agosto de 2005.
Instituto de Letras da UERJ
Artigo:
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: A CLASSE GRAMATICAL PELA ANÁLISE GLOBAL.
Agradecimentos à querida Professora Doutora Fátima Helena Azevedo de Oliveira, que foi minha orientadora. Ao Professor Doutor Claudio Cezar Henriques, cujo livro Sintaxe Portuguesa muito motivou minha pesquisa.
Prévia: Foi uma experiência única e desafiadora participar desse congresso. Lembro que eu estava nervosa, afinal só eu de "pequenina". Os demais colegas, todos de altas titulações, senti frio na barriga. Mas minha orientadora estava lá, apresentei meu artigo oralmente, tudo correu bem.
RESUMO
O presente trabalho acadêmico investiga as conjunções sob os aspectos semântico, sintático e morfológico, focados para a coordenação de orações. Em seguida, compara os pontos de vista dos gramáticos Bechara, Lima e Cunha, no que diz respeito às subdivisões das orações coordenadas sindéticas. Faz-se também, um contraponto com a abordagem de Henriques, uma vez que esta foi ponto de partida para o trabalho. No processo de análise, verifica-se uma divergência entre as abordagens dos autores supracitados bem como no consagrado pela Nomenclatura Gramatical Brasileira. Conclui-se que há uma necessidade da dissociação do valor semântico entre as orações coordenadas da classificação gramatical dos elementos que as unem.
Ver artigo completo:
http://www.filologia.org.br/ixcnlf/15/08.htm
Em homenagem a Said Ali
Rio de Janeiro, 22 a 26 de agosto de 2005.
Instituto de Letras da UERJ
Artigo:
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: A CLASSE GRAMATICAL PELA ANÁLISE GLOBAL.
Agradecimentos à querida Professora Doutora Fátima Helena Azevedo de Oliveira, que foi minha orientadora. Ao Professor Doutor Claudio Cezar Henriques, cujo livro Sintaxe Portuguesa muito motivou minha pesquisa.
Prévia: Foi uma experiência única e desafiadora participar desse congresso. Lembro que eu estava nervosa, afinal só eu de "pequenina". Os demais colegas, todos de altas titulações, senti frio na barriga. Mas minha orientadora estava lá, apresentei meu artigo oralmente, tudo correu bem.
RESUMO
O presente trabalho acadêmico investiga as conjunções sob os aspectos semântico, sintático e morfológico, focados para a coordenação de orações. Em seguida, compara os pontos de vista dos gramáticos Bechara, Lima e Cunha, no que diz respeito às subdivisões das orações coordenadas sindéticas. Faz-se também, um contraponto com a abordagem de Henriques, uma vez que esta foi ponto de partida para o trabalho. No processo de análise, verifica-se uma divergência entre as abordagens dos autores supracitados bem como no consagrado pela Nomenclatura Gramatical Brasileira. Conclui-se que há uma necessidade da dissociação do valor semântico entre as orações coordenadas da classificação gramatical dos elementos que as unem.
Ver artigo completo:
http://www.filologia.org.br/ixcnlf/15/08.htm
ABREVIAÇÃO DE DATA
Hoje, eu vim aqui para falar de uma coisa aparentemente "boba" e que é muito corriqueira nos escritos diários das pessoas. Porém, é muito importante que tal fato seja esclarecido a todos. O que se vê por aí, na hora de abreviar data em uma carta, documento etc. é a separação das informações através de barras. Ex.: A data de vinte oito de setembro de dois mil e seis, torna-se: 28/09/2006. Não é assim que vemos sempre??? Tal sistematização tornou-se tão convencional que qualquer pessoa, em seu trabalho, na escola, nos preenchimentos de qualquer documento, escreve dessa forma. No entanto, pessoal, vale a ressalva para esclarecer o uso correto da abreviação de datas. A função básica da BARRA é expressar/sinalizar alternância de idéias ou informações. Uma espécie de dar ao leitor uma visão de OPÇÃO, ou "isso" ou "aquilo". Portanto, na hora de abreviar datas, essa forma não é aconselhável, conforme a NGB (Norma Gramatical Brasileira). O sinal correto para executar tal tarefa é o HÍFEN, que por sua vez carrega consigo a missão de encadeamento de idéias ou informações, ele serve para apresentar uma SEQUÊNCIA de dados. Eis o dilema! Pois, não raro, é dessa forma que aprendemos desde nossa idade mais tenra, não é mesmo? Então, já que vocês leram essa dica, tentem acertar de hoje em diante. No lugar de 28/09/2006, use: 28-09-2006. (é o correto e mais aconselhável) ACREDITEM! PARECE MENTIRA MAS NÃO É. Mesmo que os seus celulares apresentem a data entre barras, esqueçam! Mesmo que seus cadernos, fichários e blocos de anotações contenham aquele espaço de seguimento de barras para colocar a data, isso está errado! SABEM POR QUÊ??? Os fabricantes não estão interessados em saber sobre hífen ou barra, para que servem e como funcionam os sinais gráficos. Porque o único sinal pelo qual eles têm interesse é esse aqui: $. E de fato, eles sabem muito bem sobre o uso do mesmo.
O poder semântico de transformar as sinalizações de rua
Uma observação que venho fazendo dia a dia, sobretudo porque o Rio de Janeiro virou um canteiro de obras, é a questão da sinalização onde os profissionais trabalham. Normalmente, em outras épocas; quando a palavra "pista" não possuía uma significação literal (Ex.: Beltrano está na pista. - sentido de estar "no meio da rua, do caminho etc..)Era muito comum visualizar nas ruas placas informativas contendo "ATENÇÃO! HOMENS NA PISTA". A expressão "estar na pista" foi uma verdadeira avalanche na linguagem de vários grupos sociais cariocas em virtude da expressão cultural nas mensagens do Funk, pois que até mesmo os falantes que exploram mais habilidosamente os níveis de linguagem também compraram a ideia. Se essa influência é má ou não, sinceramente, ainda não vi problemas para o nosso lindo vocabulário "amalandrado", muito menos para nossas "expressões descoladas". O que vale mesmo é a preocupação do professor em mostrar essa dinâmica semântica ao aluno e que por fim resvala no modelo de mundo de todos nós. O papel do professor é deixar o aluno ciente de que assim como o mundo é mutável a cada segundo, tudo o mais irá acompanhar e que com sua língua mãe não será diferente. Hoje, estar na pista é muito mais que estar trabalhando na mesma ou correndo risco de atropelamento. Essa significação tão rica nos concede outras interpretações. E sem preconceito, acredito eu, na condição de profissional de Línguas, que este fenômeno nada mais é que uma das maiores confirmações de que o jovem, o funk, a favela também são geradores de cultura no que tange registro de linguagem. E o mais curioso é que visualmente isso já é notório nas obras de rua, essa ampliação da semântica de "estar na pista" já aparece na mudança das sinalizações. Na minha opinião não sei exatamente se é preconceito linguístico, talvez uma maneira de não causar ambiguidade ao receptor, mas certamente com o intuito de não se cair no aspecto pejorativo da mensagem. A conclusão que tenho é que a sinalização também acompanhou esse processo usual da Língua, mas de maneira alguma, concordo com o preconceito. O que vale mesmo é a compreensão entre o locutor e interlocutor, e cada grupo falante sabe muito bem o que seu vocabulário representa mentalmente para a interpretação de mundo. Vejam as imagens e é bem nítida essa mudança visual por conta do fenômeno da comunicação.
Processo n° 2005.002.003424-4
*****Texto regido pela ortografia anterior à vigente.*****
Lembra daquele Juiz de Niterói que entrou na Justiça contra o condomínio em que mora, por causa do tratamento de "você" dado pelo porteiro? Pois é, saiu a sentença. Observe a bela redação, suscinta, bem argumentado, até se solidariza com o juiz que se queixa, mas... bom, leia a sentença abaixo: PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO COMARCA DE NITERÓI - NONA VARA CÍVEL Processo n° 2005.002.003424-4 S E N T E N Ç A Cuidam-se os autos de ação de obrigação de fazer manejada por ANTONIO MARREIROS DA SILVA MELO NETO contra o CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO LUÍZA VILLAGE e JEANETTE GRANATO, alegando o autor fatos precedentes ocorridos no interior do prédio que o levaram a pedir que fosse tratado formalmente de "senhor". Disse o requerente que sofreu danos, e que esperava a procedência do pedido inicial para dar a ele autor e suas visitas o tratamento de "Doutor", "senhor" "Doutora", "senhora", sob pena de multa diária a ser fixada judicialmente, bem como requereu a condenação dos réus em dano moral não inferior a 100 salários mínimos. (...) DECIDO. "O problema do fundamento de um direito apresenta-se diferentemente conforme se trate de buscar o fundamento de um direito que se tem ou de um direito que se gostaria de ter." (Noberto Bobbio, in "A Era dos Direitos", Editora Campus, pg. 15). Trata-se o autor de Juiz digno, merecendo todo o respeito deste sentenciante e de todas as demais pessoas da sociedade, não se justificando tamanha publicidade que tomou este processo. Agiu o requerente como jurisdicionado, na crença de seu direito. Plausível sua conduta, na medida em que atribuiu ao Estado a solução do conflito. Não deseja o ilustre Juiz tola bajulice, nem esta ação pode ter conotação de incompreensível futilidade. O cerne do inconformismo é de cunho eminentemente subjetivo, e ninguém, a não ser o próprio autor, sente tal dor, e este sentenciante bem compreende o que tanto incomoda o probo Requerente. Está claro que não quer, nem nunca quis o autor, impor medo de autoridade, ou que lhe dediquem cumprimento laudatório, posto que é homem de notada grandeza e virtude. Entretanto, entendo que não lhe assiste razão jurídica na pretensão deduzida. "Doutor" não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento. Emprega-se apenas às pessoas que tenham tal grau, e mesmo assim no meio universitário. Constitui-se mera tradição referir-se a outras pessoas de "doutor", sem o ser, e fora do meio acadêmico. Daí a expressão doutor honoris causa - para a honra -, que se trata de título conferido por uma universidade à guisa de homenagem a determinada pessoa, sem submetê-la a exame. Por outro lado, vale lembrar que "professor" e "mestre" são títulos exclusivos dos que se dedicam ao magistério, após concluído o curso de mestrado. Embora a expressão "senhor" confira a desejada formalidade às comunicações - não é pronome -, e possa até o autor aspirar distanciamento em relação a qualquer pessoa, afastando intimidades, não existe regra legal que imponha obrigação ao empregado do condomínio a ele assim se referir. O empregado que se refere ao autor por "você", pode estar sendo cortês, posto que "você" não é pronome depreciativo. Isso é formalidade, decorrente do estilo de fala, sem quebra de hierarquia ou i ncidência de insubordinação. Fala-se segundo sua classe social. O brasileiro tem tendência na variedade coloquial relaxada, em especial a classe "semi-culta", que sequer se importa com isso. Na verdade "você" é variante - contração da alocução - do tratamento respeitoso "Vossa Mercê". A professora de linguística Eliana Pitombo Teixeira ensina que os textos literários que apresentam altas freqüências do pronome "você", devem ser classificados como formais. Em qualquer lugar desse país, é usual as pessoas serem chamadas de "seu" ou "dona", e isso é tratamento formal. Em recente pesquisa universitária, constatou-se que o simples uso do nome da pessoa s ubstitui o senhor/ a senhora e você quando usados como prenome, isso porque soa como pejorativo tratamento diferente. Na edição promovida por Jorge Amado "Crônica de Viver Baiano Seiscentista", nos poemas de Gregório de Matos, destacou o escritor que Miércio Táti anotara que "você" é tratamento cerimonioso. Rio de Janeiro/São Paulo, Record, 1999). Urge ressaltar que tratamento cerimonioso é reservado a círculos fechados da diplomacia, clero, governo, judiciário e meio acadêmico, como já se disse. A própria Presidência da República fez publicar Manual de Redação instituindo o protocolo interno entre os demais Poderes. Mas na relação social não há ritual litúrgico a ser obedecido. Por isso que se diz que a alternância de "você" e "senhor" traduz-se numa questão sociolingüística, de difícil equação num país como o Brasil de várias influências regionais. Ao Judiciário não compete decidir sobre a relação de educação, etiqueta, cortesia ou coisas do gênero, a ser estabelecida entre o empregado do condomínio e o condômino, posto que isso é tema interna corpore daquela própria comunidade. Isto posto, por estar convicto de que inexiste direito a ser agasalhado, mesmo que lamentando o incômodo pessoal experimentado pelo ilustre autor, julgo improcedente o pedido inicial, condenando o postulante no pagamento de custas e honorários de 10% sobre o valor da causa. P.R.I. Niterói, 2 de maio de 2005.
ALEXANDRE EDUARDO SCISINIO Juiz de Direito
Lembra daquele Juiz de Niterói que entrou na Justiça contra o condomínio em que mora, por causa do tratamento de "você" dado pelo porteiro? Pois é, saiu a sentença. Observe a bela redação, suscinta, bem argumentado, até se solidariza com o juiz que se queixa, mas... bom, leia a sentença abaixo: PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO COMARCA DE NITERÓI - NONA VARA CÍVEL Processo n° 2005.002.003424-4 S E N T E N Ç A Cuidam-se os autos de ação de obrigação de fazer manejada por ANTONIO MARREIROS DA SILVA MELO NETO contra o CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO LUÍZA VILLAGE e JEANETTE GRANATO, alegando o autor fatos precedentes ocorridos no interior do prédio que o levaram a pedir que fosse tratado formalmente de "senhor". Disse o requerente que sofreu danos, e que esperava a procedência do pedido inicial para dar a ele autor e suas visitas o tratamento de "Doutor", "senhor" "Doutora", "senhora", sob pena de multa diária a ser fixada judicialmente, bem como requereu a condenação dos réus em dano moral não inferior a 100 salários mínimos. (...) DECIDO. "O problema do fundamento de um direito apresenta-se diferentemente conforme se trate de buscar o fundamento de um direito que se tem ou de um direito que se gostaria de ter." (Noberto Bobbio, in "A Era dos Direitos", Editora Campus, pg. 15). Trata-se o autor de Juiz digno, merecendo todo o respeito deste sentenciante e de todas as demais pessoas da sociedade, não se justificando tamanha publicidade que tomou este processo. Agiu o requerente como jurisdicionado, na crença de seu direito. Plausível sua conduta, na medida em que atribuiu ao Estado a solução do conflito. Não deseja o ilustre Juiz tola bajulice, nem esta ação pode ter conotação de incompreensível futilidade. O cerne do inconformismo é de cunho eminentemente subjetivo, e ninguém, a não ser o próprio autor, sente tal dor, e este sentenciante bem compreende o que tanto incomoda o probo Requerente. Está claro que não quer, nem nunca quis o autor, impor medo de autoridade, ou que lhe dediquem cumprimento laudatório, posto que é homem de notada grandeza e virtude. Entretanto, entendo que não lhe assiste razão jurídica na pretensão deduzida. "Doutor" não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento. Emprega-se apenas às pessoas que tenham tal grau, e mesmo assim no meio universitário. Constitui-se mera tradição referir-se a outras pessoas de "doutor", sem o ser, e fora do meio acadêmico. Daí a expressão doutor honoris causa - para a honra -, que se trata de título conferido por uma universidade à guisa de homenagem a determinada pessoa, sem submetê-la a exame. Por outro lado, vale lembrar que "professor" e "mestre" são títulos exclusivos dos que se dedicam ao magistério, após concluído o curso de mestrado. Embora a expressão "senhor" confira a desejada formalidade às comunicações - não é pronome -, e possa até o autor aspirar distanciamento em relação a qualquer pessoa, afastando intimidades, não existe regra legal que imponha obrigação ao empregado do condomínio a ele assim se referir. O empregado que se refere ao autor por "você", pode estar sendo cortês, posto que "você" não é pronome depreciativo. Isso é formalidade, decorrente do estilo de fala, sem quebra de hierarquia ou i ncidência de insubordinação. Fala-se segundo sua classe social. O brasileiro tem tendência na variedade coloquial relaxada, em especial a classe "semi-culta", que sequer se importa com isso. Na verdade "você" é variante - contração da alocução - do tratamento respeitoso "Vossa Mercê". A professora de linguística Eliana Pitombo Teixeira ensina que os textos literários que apresentam altas freqüências do pronome "você", devem ser classificados como formais. Em qualquer lugar desse país, é usual as pessoas serem chamadas de "seu" ou "dona", e isso é tratamento formal. Em recente pesquisa universitária, constatou-se que o simples uso do nome da pessoa s ubstitui o senhor/ a senhora e você quando usados como prenome, isso porque soa como pejorativo tratamento diferente. Na edição promovida por Jorge Amado "Crônica de Viver Baiano Seiscentista", nos poemas de Gregório de Matos, destacou o escritor que Miércio Táti anotara que "você" é tratamento cerimonioso. Rio de Janeiro/São Paulo, Record, 1999). Urge ressaltar que tratamento cerimonioso é reservado a círculos fechados da diplomacia, clero, governo, judiciário e meio acadêmico, como já se disse. A própria Presidência da República fez publicar Manual de Redação instituindo o protocolo interno entre os demais Poderes. Mas na relação social não há ritual litúrgico a ser obedecido. Por isso que se diz que a alternância de "você" e "senhor" traduz-se numa questão sociolingüística, de difícil equação num país como o Brasil de várias influências regionais. Ao Judiciário não compete decidir sobre a relação de educação, etiqueta, cortesia ou coisas do gênero, a ser estabelecida entre o empregado do condomínio e o condômino, posto que isso é tema interna corpore daquela própria comunidade. Isto posto, por estar convicto de que inexiste direito a ser agasalhado, mesmo que lamentando o incômodo pessoal experimentado pelo ilustre autor, julgo improcedente o pedido inicial, condenando o postulante no pagamento de custas e honorários de 10% sobre o valor da causa. P.R.I. Niterói, 2 de maio de 2005.
ALEXANDRE EDUARDO SCISINIO Juiz de Direito
Professor-letrador
Queridos colegas, conteúdo é muito importante para que o aluno construa conhecimentos, mas o fundamental é que nos preocupemos com o letramento desse indivíduo em formação.
Alguns passos fundamentais para o desempenho do papel do “professor-letrador”:
1) investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados;
2) planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la;
3) desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade;
4) incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam;
5) recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse conhecimento;
6) não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e linguagens diferentes;
7) avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de cada indivíduo;
8) trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a autoestima e a alegria de conviver e cooperar;
9) ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser professor-aprendiz tanto quanto os seus educandos;
10) reconhecer a importância do letramento e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização.
Texto integral em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno09-06.html
Alguns passos fundamentais para o desempenho do papel do “professor-letrador”:
1) investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados;
2) planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la;
3) desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade;
4) incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam;
5) recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse conhecimento;
6) não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e linguagens diferentes;
7) avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de cada indivíduo;
8) trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a autoestima e a alegria de conviver e cooperar;
9) ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser professor-aprendiz tanto quanto os seus educandos;
10) reconhecer a importância do letramento e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização.
Texto integral em: http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno09-06.html
ATIVIDADES LINGUÍSTICAS E EPILINGUÍSTICAS
ATIVIDADES LINGUÍSTICAS E EPILINGUÍSTICAS NO ENSINO CRIATIVO
Como atividades linguísticas, entendam-se as de nível oral e algumas atividades escritas mais simples, de repetição ou de transformação, calcadas na gramática interiorizada do falante, sem que dele seja exigida a reflexão. Geralmente, são atividades aplicadas nas primeiras séries do ensino fundamental e podem incluir até mesmo pequenas composições orais. Como atividades epilinguísticas, entenda-se o trabalho reflexivo e de transformação elaborado com a linguagem escrita. Citem-se exemplos, tais como: ampliação de sintagmas, transformações de sintagmas nominais em verbais e vice-versa, alteração de conectivos, sempre observando-se os efeitos provocados. Desde as primeiras séries do ensino fundamental, o professor pode começar a trabalhar com essas atividades, em nível gradual de dificuldades. Antes, entretanto, é preciso eliminar todas as formas de preconceito linguístico e discriminações sociais na linguagem. Na escola, não se deve “ensinar” somente a norma padrão, como até há pouco se pensava. Os alunos devem ter contato com diversas variedades linguísticas e se conscientizar de seu uso, para que possam fazer opções adequadas às diferentes situações de discurso.
Nícia de Andrade Verdini Clare (UERJ)
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